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Professor Zé Heleno é inocentado após acusações infundadas e apoiadores denunciam perseguição política

  • Foto do escritor: Clara Campos
    Clara Campos
  • 14 de mai.
  • 3 min de leitura
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O professor José Heleno Ferreira, presidente do Conselho Municipal de Educação de Divinópolis, foi oficialmente absolvido após ser investigado por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) movido pela Prefeitura de Divinópolis. A investigação teve início em 2023, com base em denúncias de suposto assédio a alunas da rede municipal. A Comissão Processante, no entanto, concluiu pela ausência de provas e decidiu por unanimidade inocentá-lo das acusações. A decisão, apesar de tomada ainda em 2023, só foi publicada no Diário Oficial do Município em 12 de fevereiro de 2025.


A lentidão no desfecho do caso gerou questionamentos por parte do vereador Vítor Costa (PT), que apresentou o Requerimento CM nº 1205/2025 cobrando explicações formais sobre o atraso. Em resposta, a Secretaria Municipal de Planejamento, Gestão, Ciência e Tecnologia (SEPLAG) reconheceu falhas operacionais, acúmulo de processos, falta de pessoal e necessidade de reestruturação interna. A secretaria se comprometeu a tomar medidas corretivas para evitar novos atrasos em casos semelhantes.


Acusação ocorreu em meio à eleição e não resultou em inquérito

O episódio que deu origem ao PAD ocorreu em setembro de 2022, justamente no dia do aniversário do professor. À época, ele integrava uma chapa coletiva de candidatura a deputado estadual pelo PSOL.


Segundo relatos, a tentativa de “flagrante” teria sido armada dentro da sala de aula, com o envolvimento de forças policiais. Na ocasião, enquanto o professor atendia uma aluna, outra estudante teria feito uma fotografia com o intuito de incriminá-lo. A entrada da polícia na escola, obviamente, não resultou em flagrante algum — tampouco houve abertura de inquérito policial até hoje.


Ainda assim, a existência de um boletim de ocorrência motivou a Prefeitura a abrir o processo disciplinar. Em junho de 2023, a comissão responsável pelo PAD nº 009/2023 começou a ouvir os envolvidos e analisar os documentos. Ao longo da investigação, surgiram diversas inconsistências nos depoimentos das denunciantes e a própria Secretaria Municipal de Educação (SEMED) havia indicado que as acusações não se sustentavam.


Rede de apoio mobilizou solidariedade em defesa do professor

O caso ganhou ampla repercussão e mobilizou uma rede de solidariedade formada por colegas de trabalho, alunos, lideranças políticas e entidades sindicais. Um ato de apoio ao professor, realizado no auditório da SEMED, em 20 de dezembro de 2023, lotou o espaço e registrou dezenas de manifestações públicas em defesa de sua inocência e contra a perseguição que sofria.


A diretoria do SINTEMMD (Sindicato dos Trabalhadores Municipais da Educação) acompanhou todo o processo desde o início, oferecendo suporte jurídico e político ao educador. Segundo a entidade, o caso evidencia o uso de denúncias frágeis como instrumento de intimidação política.


“Perseguição contra Zé Heleno é também contra os direitos coletivos”, afirma vereador

O vereador Vítor Costa destacou que o caso não se restringe à figura do professor: “A perseguição a Zé Heleno atinge todos os que lutam pela educação pública, pelos direitos humanos, pelos direitos da classe trabalhadora e pelas minorias sociais. Transformaram uma acusação infundada em palanque para a extrema direita, que se aproveitou para tentar silenciar uma voz progressista da cidade”, disse o parlamentar.


Segundo ele, a luta agora é para garantir que casos semelhantes não se repitam. “Seguiremos fiscalizando e exigindo que a administração municipal cumpra os prazos legais e respeite os direitos dos servidores. A morosidade processual não pode continuar sendo utilizada como forma de punição indireta a trabalhadores inocentes”, concluiu.


Próximos passos

O grupo de apoio ao professor anunciou que pretende divulgar um relatório completo sobre o caso à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais com o objetivo de debater os ataques sofridos por educadores e militantes de direitos humanos, e fortalecer uma rede de resistência democrática na cidade e no estado.


 
 
 

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